Quem não é da “tribo das ondas” não sabe que existe um segundo “estadio Maracanã” no Rio. O “Maracanã do surf” fica em Saquarema e não cobra ingresso, porque é aberto e ao ar livre! Em plenas segunda e terça feiras de junho, este teve lotação máxima. O tamanho da estrutura foi a maior ja vista em eventos de Surf aqui, e acolá também! As semelhanças maracanescas se dão, a começar, pela energia dos milhares de expectadores apinhados nos palanques e na areia que geraram, a cada onda de um Brasileiro na disputa pela nossa etapa do mundial, um som ensurdecedor. É uma energia contagiante para os da água, competindo e para os da areia, assistindo.
Ninguém conseguiu não se afetar e deixar de participar. Foi uma cartase! Inexplicável! Emocionante! Mesmo com para uma gringa, como aconteceu hoje com a campeoníssima Carissa Moore. A havaiana confesssou, extasiada, que foi o título mais emocionante dentre os tantos que ela já têm. A quatro vezes campeã mundial, quando recebeu o resultado, subiu no jet sky e o transformou numa carruagem. Tal qual uma rainha, pediu ao piloto para ir no final do público e voltou devagar, pela beira d’agua, com a praia inteira, lotada, de pé, lhe ovacionando. Lágrimas lhe escorreram. Ao chegar em frente ao pódio se jogou na água para abraçar sua adversária francesa ( Johanne Defay), mostrando fair play.
Tudo terminado, deixou sua casa de frente para a praia ignorou todos os restauranters e atravessou a rua para comer um PF num buteco local. Sozinha! É o auge de um ídolo, se abraçar aos fãs.Estava literalmente inoculada pelo feeling da torcida no estadio aberto sem medo de ser feliz e, em epifanía, se misturou ao povo…seu povo, ali… Mas foi no masculino que o maracanã do surf explodiu. Uma inédita semifinal exclusivamente Brasileira que nunca dantes havia acontecido, em disputa entre países, em nenhum esporte na história…O dominio Brasileiro no surf atualmente é tão contundente que somos chamados de tempestade Brasileira ou Brazilian storm.
O tri em Saquarema, e tetra em etapas brasileiros do CT do atual líder do ranking, o paulistano “Rei do Rio” Felipe Toledo, foi uma festa aberta e para ele! Por causa de sua sequência de vitórias em Saquá, a prefeitura já providencia uma cerimônia para torná-lo “cidadão honorário”. Ele é nosso terceiro mosqueteiro, excepcional como os outros dois, Gabriel e Ítalo, mas que, por enquanto, nunca foi campeão mundial e nem olímpico. E esta vitória aconteceu com uma (hoje raríssima) nota dez na final, o que fez a plateia delirar dentre urros e aplausos ao ídolo! Aliás, foi impressionante a porcentagem de pessoas na areia que, além dos gritos, batiam palmas a cada manobra dos brazucas semifinalistas! A sensação era de totalidade, e sabemos que jovens não tem costume de bater palmas…que energia…
Um senhor do tipo super careta, de sapatos e camisa social, murmurou: ‘Carai só tinha visto uma coisa desta magnitude em jogo do flamengo no Maracanã! Em dias de clássico’. Ambos maracanãs tem energia inexplicável que gera uma simbiose coletiva e somente os que se permitem se misturar nas “arquibancadas” podem sentir este prazer que estremece seu corpo – por dentro e por fora.E todos que participaram ali repetiram um dos mantras possíveis:- Foi alucinante! ou – Foi emocionante!
Ou seja. Mais uma vez o Maracanã do Surf ratificou seu nome, teve o maior publico dentre as etapas do ano pelo mundo e, mesmo sem as ondas em sua melhor perfeição, teve muitas notas no critério exelente e duas notas 10.Ficou, o Oi Rio Pro, em Saquarema, mais uma vez, para sempre, na memória daqueles que presenciaram o inesquecível espetáculo!
Aloha!