Entre os dias 3 e 7 de junho o município de Chaves-PA, localizado no Arquipélago do Marajó, atraiu todos os holofotes da imprensa nacional para o evento de comemoração dos 25 anos do surf na pororoca. Pioneiros, entusiastas, surfistas profissionais e amadores, e muitos simpatizantes estiveram reunidos para celebrar os 25 anos das primeiras expedições exploratórias que desvelaram para o mundo um dos fenômenos naturais mais intrigantes e fascinantes de nosso planeta.
Atletas de vários estados do Brasil como Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pará, Ceará, Amapá, dentre outros estados, estiveram presentes e puderam testemunhar a força descomunal da Pororoca de Chaves nos quatro dias de surf. Apoiados por uma grande infraestrutura composta por lanchas, jet skis, bananas boat, barcos, hotéis e restaurantes locais, os atletas puderam mostrar todo o talento dos surfistas de maré do Brasil em ondas que chegavam a mais de 50 minutos de duração.
Como era de se esperar para a Lua Cheia do mês de junho, ondas espetaculares fizeram a alegria dos privilegiados presentes à expedição. Um deles, o pioneiro Marcelo Bibita, cearense que desde o início participa das expedições exploratórias da ABRASPO-Associação Brasileira de Surf na Pororoca, falou um pouco de sua experiência:
“A onda veio espetacular em todos os dias! Na melhor seção que eu peguei escolhi ficar mais próximo da margem e pude pegar uma parede muito grande e extensa, em alguns momentos certamente com mais de dois metros de altura. Cheguei a surfar por quase 30 minutos ininterruptos e estou convencido de que a Pororoca de Chaves é a melhor, maior e mais longa onda de maré do Brasil”, declarou o pioneiro.
Já para o Presidente da ABRASPO, Noélio Sobrinho, a consolidação de Chaves-PA no cenário nacional do surf na pororoca será um importante motor econômico que irá impulsionar não somente o desenvolvimento da modalidade no país, mas também, que assim como já aconteceu em outros municípios como São Domingos do Capim-PA, irá promover o desenvolvimento social e estrutural de Chaves:
“Aqui em Chaves é possível a realização de grandes campeonatos e demostrações de habilidade em condições impossíveis de conseguir em qualquer praia ou piscina de onda do planeta. O que temos aqui é verdadeiramente uma joia bruta que em muito breve será lapidada trazendo desenvolvimento e prosperidade sobretudo para os jovens do município”, declarou o dirigente.
Outro pioneiro que atesta com todas as letras a superior qualidade da Pororoca de Chaves é Gilvandro Junior. Integrante da primeira expedição exploratória realizada pelo núcleo que iria criar a ABRASPO, há 25 anos atrás, Gilvandro garante que na atualidade, nenhum lugar do Brasil consegue superar o conjunto de condições que tornam a Pororoca de Chaves a melhor do Brasil:
“Eu me sinto muito privilegiado, não somente em ter participado da expedição pioneira da ABRASPO, mas também por ter o fenômeno da pororoca como algo que faz parte da minha vida e história. Já são centenas de operações em pororocas, desde missões de mapeamento, exploratórias, eventos, até freesurf com os amigos. E definitivamente, essa pororoca aqui de Chaves reúne todas as condições para um surfista ter uma experiência completa no fenômeno. E olha que nem estou falando da imersão na natureza, em muitos pontos intocada. Me refiro apenas às condições da onda, como tamanho, tempo de duração e claro, sua perfeição. E sem sombra de dúvidas, nenhuma pororoca que já visitei, com exceção da extinta Pororoca do Rio Araguari-AP, reúne as condições que podemos encontrar em Chaves”, afirmou o pioneiro.