Apesar de o Circuito Mundial de Surf (CT) promovido pela World Surf League, ser um sucesso entre nós, surfistas; como se diz no mercado: “a conta não fecha”. Desde que grandes empresas do surfe como Quiksilver, Billabong e Ripcurl, consideradas pilares da antiga ASP ( Association Of Surfer Professionals) começaram a perder força, o circuito mundial acumula prejuízos de milhões de dólares por ano ( dados apurados pela Stabmag). É aí que entra em cena o milionário Dirk Ziff, herdeiro de uma fortuna bilionária, que “apadrinhou” a ZoSea Media, empresa que comprou a ASP e a transformou em WSL (World Surf League). A troca de nome e gestão ocorreu em 2015, e desde então os circuitos têm sido geridos pela nova entidade.
O visionário criador da Tríplice Coroa Havaiana e conselheiro da ASP, Randy Rarick, definiu bem o salvamento do surfe profissional por parte de Ziff.
“O timing deles foi bastante impecável. Eles vieram quando todos precisavam deles para vir”. disse Randy ao site da Stab em recente entrevista.
Ainda de acordo com informações da Stab, há rumores de que a liga perde de 10 a 50 milhões de dólares/ano, ou seja uma situação insustentável para qualquer negócio. Nesse contexto aparece a gigante do streaming mundial Netflix, que por conta de uma estratégia de recuperação, (suas ações caíram cerca de 35% após anunciar que perdera anunciantes), entrou em negociação para uma possível compra da WSL e outras ligas esportivas “menos conhecidas” como um potencial poder de geração de conteúdo.
Em 2021 a Netflix chegou a realmente empreender no sentido de adquirir a liga, porém, de acordo com matéria publicada pelo Wall Street Journal o acordo não foi fechado.
“A empresa estava em negociações para comprar a World Surf League, mas as negociações desmoronaram porque as duas organizações não conseguiram chegar a um acordo sobre um preço, disseram pessoas familiarizadas com o possível acordo”, diz um trecho da matéria.
Mas, como seria o Webcast dos campeonatos de surfe, hoje gratuitos? De acordo com informações, a empresa havia dito que planejavam criar “novos torneios ou eventos esportivos”. Levando-se em consideração o grande sucesso da série produzida pela Apple TV, “Make or Break”, que mostra os bastidores do Circuito Mundial, pode ser que a Netflix vislumbre um pacote mais completo: cobertura do circuito, série comportamental, etc.
O resumo da ópera é que a WSL – mesmo tendo o suposto prejuízo – disse não à proposta da Netflix. Vmos torcer para a decisão ter sido acertada e para que o circuito se fortaleça.